domingo, 26 de junho de 2011

O Regedor...

O Rei está vivo! Longa vida ao Rei.

Seria assim se fosse no tempo da monarquia.
No condado de Amora, o Rei é D. Manuel I. Da dinastia Pinho. Dos Pinhos rijos que nem cascos de cavalo.
E ontem celebrou-se, ainda que sem flashes e revistas cor-de-rosinha, o seu 87º aniversário.
No dia em que nasceu, seu pai proclamou em terras de Foros d'Amora: "Um grande dia para mim, o primeiro de tormentas e porrada para outros!"
D. Manuel I, o Regedor, governou com mão de ferro.
Ainda hoje e apesar dele ser totalmente contra, se fazem apostas entre os seus súbditos de quão bom PIDE ou GNR dos antigos teria sido.
Quem lhe "cagasse" ao caminho, ganhava ali um ódio de estimação ad aeternum.
Mesmo os que nunca conheceu, D. Manuel I odeia, tal como Herman José, o "Maricacas" (apesar de toda a família adorar o Herman) e Fernando Mendes, o "Guloso". E odeia-os com tamanha força que não perde um programa destes senhores, para lhes atirar com impropérios e ofensas gratuitas.
O Regedor, detesta atrasos e falta de pontualidade.
Recorda um dos seus netos ao cronista, que numa ocasião (termo D. Manuelino), pediu a seu avô para o acordar às 7 horas da manhã, pois no dia seguinte teria que ir engrossar as fileiras das tropas da Pátria.
D. Manuel I, acedeu a tão gracioso gesto e religiosamente telefonou a seu neto.
Infelizmente eram 5h da madrugada. "Sabes, meu neto - disse o Regente - ainda tens que te barbear, lavar e matar o bicho. Vê lá não te atrases."
D. Manuel I, cativou fama de grande agricultor.
Várias foram as vezes em que emissários de outros condados o vieram buscar para que lhes tratasse das terras, dos pomares, que como por artes mágicas, punha a dar rebento com passes de enxertia e emborbulhamento, dignos só de Sua Alteza Real.
O Regedor, casou com D. Esmeralda, (suserana cuja ausência ainda hoje é grandemente sentida pelos seus súbditos), da linhagem Malacato e teve dois filhos.
D. Manuel II e D. Alice.
Sendo o primeiro o filho varão, caíram por inerência sobre a segunda todos os trabalhos de cuidar e subserviência ao Rei, apesar de a sua própria saúde já não lhe permitir grandes larguezas.
Apesar de autoritário, D,. Manuel I, sempre tratou os netos da melhor forma que sabia, não lhes faltando em momentos de aflição, fazendo uso até do seu parco fundo de Fazenda, tendo estes talvez amolecido o coração do velho governante do feudo.
Já debilitado por todos os amoques e achaques próprios da sua adiantada idade, D. Manuel I é agora até objecto de estudo dos curandeiros da corte, visto que a cada 15 dias, é-lhe descoberta uma nova doença. D. Manuel I é, aliás, já uma referência nos almanaques de mezinhas e apotequistas que se reunem para o estudar.
Quando um dos sintomas é relativamente desconhecido, é já aventado pelos estudantes de medicina como um "D. Manuelismo".
Ainda assim, ontem, 25 de Junho do Ano do Senhor de 2011, foi dia de banquete nos aposentos Reais.
Por isso, com toda a estima, elevada consideração, admiração e Amor:

O Rei está vivo! Longa vida para o Rei!

PS: E já agora para quem tem que o aturar.

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