terça-feira, 17 de maio de 2011

Alforneilens...

"Alfornelos!!!" - grita o pica no fundo da carruagem.
"O pessoal apeia-se aqui, qu'a gare é mais à frente!" - insiste ele.

A estória no reino da Elizabeth, hoje de visita a Dublin (com o secreto sentido de ir ver o FCP vencer a Liga Europa), é completamente mais moderna.
Não disse melhor, disse mais moderna.
No país 3º mundista que precisa de ajuda dos grandes para sair da crise chamado Portugal, os comboios atrasam-se por dificuldades técnicas.
Aqui, se um pardal atropela um comboio, cancela-se logo e quem pagou, que feche a porta!
Ainda que esse passageiro, tenha um avião para apanhar a 350km do local de óbito do passarito e esteja solidário com a pássara da viúva.
Por pouco, não se chama o PSI (Pássaro Sob Investigação) e o Horatio com o seu torcicolo.

Nesse país atrasado que precisa de um Bailout, estamos a usar um cartão que serve para tudo o que é transporte na zona de Lisboa e que compreende 3 ou 4 empresas de transportes diferentes e áreas diferentes, e estamos familiarizados com esses avanços tecnológicos do chip e do código de barras.
Neste país onde me encontro e a quantidade de gado vacum é mais que cabeças de gado ovino, caprino e bovino, para se andar uma estação, imprimem 6 bilhetes, sendo que são 2 para lá e 2 para cá, mais 2 que não são mais que recibos.
Aqui o único chip que conhecem é o do "Fish and Chips"...
Será que dava para o inventor do Lisboa Viva ou do L123, dar um saltinho aqui à ilha?

Nesse país de férias onde os estrangeiros fazem desaparecer filhas e culpam uma instituição com provas dadas, o lugar marcado é de ouro.
Aqui, marcas o lugar, mas sentas-te onde há lugar, porque se estrabuchas e percebem que és de outro lado, só não te chamam pai e mãe. Vá e João Paulo II...

A única diferença mais gritante entre a CP e a National Express, para além do grito do pica ser em estrangeiro e num altifalante pomposo e fanhoso, é que a segunda empresa dá lucro e os seus gestores vão a pé para o trabalho.

Tirando isso, um comboio, é um comboio.
E este é o que me leva a casa...ou põe-me mais perto.

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