domingo, 1 de maio de 2011

O filho da Mãe

Hoje, para além do dia Internacional do Trabalhador (que alguns amigos do capital fazem o favor de respeitar religiosamente como a Jerónimo Martins e a Sonae), é também em Portugal o dia da Mãe.
Apesar de ser um filho de várias mães, sou como aquele miúdo que vai ao frigorífico a mando da progenitora buscar duas cervejas e de lá grita: "Mãe, há só uma!!"
Para os que ficaram retidos atrás a pensar como é que sou filho de várias mães, aqui segue a explicação:
Durante a minha vida tenho encontrado pessoas que me têm tratado como um filho.
Foi assim com a Dora e a Vitória, a Catarina e a Maria Elisa, com a minha jóia maior, Esmeralda.
Todas elas ao seu jeito, moldaram um pouco da minha personalidade e sei que posso contar com elas onde quer que estejam.
Mas o dia é da Mãe e não das que a espaços fizeram o seu papel.

E a minha, digam o que disserem é a Maior.

Não é um catálogo de virtudes, bem pelo contrário. Tem-nas dissimuladas por baixo de uma armadura. Quem a conhece bem sabe que por baixo daquele show-off, está alguém com quem se pode contar para a vida.

A minha mãe chama-se Alice, mas o seu país não são só maravilhas.

Alice é desbocada, não gosta de perder no bate-boca, ataca impiedosamente os que lhe estão perto, tem uma gargalhada estridente, um chamamento dos filhos sobejamente conhecido e possui uma mão canhota que ainda hoje põe 2 homens adultos a tremer quando a movimenta.

E pensaram vocês: "Porra, com uma mãe assim..."
Mas Alice não é apenas isto.

É pai, mãe, avó durante as 24 horas do dia.
É enfermeira, doméstica , estafeta e cozinheira 7 dias por semana.
É altruísta, apaixonada e apaixonante.
É maratonista e velocista no que toca ao bem-estar dos outros.
É pediatra, geriatra e clínica geral.
É multifunções, abnegada, sacrificada e muitas vezes empregada de quem podia trabalhar com ela.
Tem reumático, articulações inchadas, limitações no andar e excesso de peso, mas carrega os fardos que os outros lhe põe nas costas.
É culta, divertida, mordaz, acutilante, corrosiva, hilariante, perspicaz.
Tem a ingenuidade própria dos seus 62 anos, quando ao reformar-se, pensou que ia deixar de ter trabalho.
Adorava poder viajar, mas desde que adoptou um filho de 86 anos órfão de pai, não pode.
Nunca nos encorajou directamente a fazer fosse o que fosse na vida, mas também nunca nos disse para não o fazermos e esteve lá sempre para nos limpar as feridas das quedas.
Chora no escuro do quarto e na sua forçada solidão porque não pode fazer mais do que já faz.

A minha mãe é isto e muito mais, mas o resto fica só para nós dois.
E é por isto que a amo incondicionalmente, apesar de ser do Benfica, tadinha.

2 comentários:

Alice disse...

Ó filho...da Mãe!
Começo pelo fim: Sou e sempre serei do BENFICA!!! Ninguém é perfeito!...
Somos seis milhões de tadinhos, mas que importa? Somos felizes? Já pensaste o que seria deste povo se não tivesse o BENFICA? Falava-se de quê! Da crise? Do Pinto da Costa e do FC do Porto, Ai, que vómito!... Já não tem interesse nenhum.O BENFICA é o sal,a malagueta é a troyca deste País.É tudo.
Quanto ao meu querido BENFICA fico por aqui, porque não tenho as capacidades que tu tens, para escrever o que me vai na alma.

Não me lembro de me teres feito chorar de tristeza...mas, de alegria já o fizeste.A última vez foi ao ler o teu post," O filho da Mãe"!És um filho espectacular!!! Que melhor prenda poderia ambicionar neste dia da Mãe do que ler as tuas palavras? Tudo tão verdadeiro. Obrigada.
Não sei o que dizer mais!...
Não vou mais longe... fico já aqui.Também,as minhas artroses não me deixam andar muito mais...
O outro dizia: És linda mãezinha!... Pois eu digo-te: És lindo filhinho!!!
Beijos grandes e... Viva o BENFICA!!!!!

Alice disse...

Liiiiiiiiindo!

Quanto ao BENFICA: Ninguém é perfeito!
Somos seis milhões de tadinhos. Que importa se fazemos os outros felizes.

Beijos e obrigada por este post!


A mãe do... Filho