sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Legalizem o palavrão!!!

Foda-se!!!

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe até o provérbio antigo do:"Diz foda-se que isso passa..."
Existe algo mais libertatário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a nossa auto-estima, torna-nos pessoas melhores.
Reorganiza as coisas.
Liberta-nos.

"Não queres sair comigo?! - então, foda-se!" (aqui podemos acrescentar várias derivacões do tipo "minha porca ou seu jabardo").

"Vai mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituicão.

Os palavrões não são obra do acaso.
São excelentes recursos, válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que reflectem eficazmente os nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
É o povo a fazer a sua língua.

"Comó caralho", por exemplo.

Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para a imensidão do infinito, é quase matemática.

O Manuel de Oliveira é velho comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!


No género do "comó caralho", mas, em sentido contrário, de negacão, está o famoso "nem que te fodas!".

Não há nada que o substitua e é irrespondível.
Não se consegue argumentar com alguém que nos dirija um "nem que te fodas!".
O "nem que te fodas!" é irretorquível e mata logo ali o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.

Aquele filho acnento de 18 anos, atormenta-te pedindo o carro para ir para a "night" esturrar os 10€ que te cravou, enquanto tu ouves o teu CD favorito, porque o dia até te estava a correr bem?
Não percas tempo nem paciência.

Solta logo um definitivo:

"Ricardinho Manuel, presta atencão: nem que te fodas!".

O chato "comó caralho" (lá está) aprende logo a licão e vai a pé encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Quem consegue responder a um pai/mãe assim tão decidido e explicito?

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pensem na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, lenta e silabicamente.

Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez de volta ao mundo.

Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá enfrentar outra notícia com outro sonoro palavrão.

E o que dizer do famoso "vai levar no cu!"?
E se acrescentarmos um olho a isto a frase no seu todo até fica mais forte..."vai levar no olho do cu!".
(Podem acrescentar derivacões do tipo: peida, nalgas)

Já imaginaram o bem que alguém faz a si próprio quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:

"Foda-se! Vai levar no olho do cu!"?

Pronto, estás sem dúvida revigorado.
Podes estar nesse momento desempregado ou com um olho negro, mas estás no controlo da tua sanidade mental.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na venta, olhar em frente no infinito, cabeca levantada, um delicioso sorriso nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definicão do Português Vulgar: "Fodeu-se!".
E a sua derivacão, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".

Expressão, que uma vez dita coloca o seu autor num contexto interior de alerta e auto-defesa.
Algo assim como quando estás sem documentos do carro, bebeste um copito a mais e dás de caras com uma operacão Stop a mandar-te parar.
"Já me fodi!"

Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego é cada vez mais alto, os impostos são altos, a saúde, a educacão e a justica são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar ?
"Já me fodi!"



Os Lusíadas deviam ter sido escritos com palavrões.
Ficavam mais atractivos e arrebatadores:
As armas e os filhos da puta dos barões assinalados,
Que daquela ocidental praia lusitana, foda-se
Por mares nunca dantes navegados, puta que os pariu,
Passaram além da Taprobana, que se foderam.
Em perigos e guerras esforcados, comó caralho,
Mais do que prometia a forca humana, Vão levar no olho da peida,
Ai que já me fodi...


Por isso legalizem a merda do palavrão...

4 comentários:

Anónimo disse...

Foda-se!
Olha que ler esta merda a esta hora é do caralho!

ri que me fodi!

P.S: beijinhos de alguém que anda sempre com o foda-se e o caralho (salvo seja) na boca**

Anónimo disse...

Nem vale a pena comentar...
Mas concordo contigo quanto a legalizar palavrões.
Neste momento ''já se fodeu'' é o mais indicado para mim!

Unknown disse...

Só para não dizeres que não comento os teus textos :P

A tua fã nº1000000000000000000000 :)

Até breve...

Gui disse...

Cum caralho...

... vai-ta fo-der, se vai escrever sempre textos assim.

Um épico. =)

hug,
gui
(ramboiablog.blogspot.com)