segunda-feira, 25 de julho de 2005

Vai uma dentadinha???

Este post vem a propósito de um outro que li no blog de um "Insensato" amigo e que mui dignamente se vangloriava (e com razão, presumo) de ter uma invejável dentição.
É que fez-me lembrar algumas pessoas que cruzaram a minha vida, num ou noutro momento e que pensando agora nisso eram exactamente o oposto.
Falar de dentes lembra-me sempre uma história verídica que se passou comigo, quando eu ainda não tinha descoberto que uma boa higiene oral, é meio caminho ganho para uma gaja se embeiçar.
Estava eu com os amigos, pendurados num desses balcões de bares onde costumamos ir "caçar", em amena (ou não ) cavaqueira, quando se acerca de mim, uma jovem maravilhosa, linda e sobretudo BOA, que dá vontade de santificar a mãezinha que põe ao mundo tal criatura.
Desinibida, dirige-se a mim e com uma conversa ( que a princípio me soou completamente despropositada) subtil, me diz o seguinte:
-"Não pude deixar de reparar em como tens uns dentes lindos!"
Bem, eu se estava a sorrir, escancarei de tal maneira a bocarra que dava para ver a mancha amarela na cueca (a do peidinho) e ainda hoje me doem os cantos à boca.
Mas ela não ficou por aqui, rematando logo de seguida:
-"Onde comprastes esses havia em branco?" - e afasta-se rapidamente.
Porra.
Nesse preciso momento bati o recorde mundial de perca de sorriso e o de mais rápido fechar de boca.
Mas dentes lembra-me também aquela minha amiga fantástica, a quem carinhosamente chamávamos de "Fossa".
E chamávamos-lhe "Fossa", porquê?
Não por ter uns dentes negros e feios, porque não possuía qualquer vestígio de dentição, mas porque o odor que emanava de dentro daquela cratera a que ela chamava boca, se parecia ao de uma fossa séptica, antes dessas maravilhas da tecnologia serem inventadas e a que apelidaram de ETAR's.
Para além disso, esta minha amiga, fazia questão de, de vez em quando, nos acompanhar aos petiscos e nos presentear com esse espectáculo dantesco de a ver comer choco com tinta de boca aberta.
Qualquer tentativa de descrever esse show surrealista é deveras arrepiante.
Bom mas bom é sem dúvida estar in loco a ver como duas gengivas desprovidas de cremalheira, conseguiam derreter tiras e tiras de choco (esse animal tão molinho que se desfaz na boca) envolto em tinta preta e vê-la sorrir a cada piada dita por algum dos banqueteantes.
Mas como diria Vasco Santana...Dentes há muitos.
Um outro amigo meu, (e nesta altura vocês pensam que deviamos tentar um patrocínio da Colgate ou da Pepsodent) era alcunhado de "Trinitron", devido à sua famosissíma e peculiar dentália.
Mas perguntam-se os meus amigos leitores:
-"Este gajo é maluco, Trinitron é uma gama de televisores de uma marca japonesa. Que tem isso a ver com dentes??"
Pois é. De facto, tanto o meu amigo como essa gama de aparelhos televisivos, partilhavam a mesma característica. O Wide Screen, isto é, uma risca em cima, outra em baixo.
Mas enquanto nas televisões a risca era preta e por dentro, na boca do "Trinitron", as riscas eram por fora e verdes do tártaro.
A única vez que este meu compincha viu um dentista foi enquanto fazia zapping e estava a dar um programa sobre higiene oral no Odisseia.
Uma outra amiga, era a "Fiat".
A amiga "Fiat" era assim tratada, porque tinha um sorriso que faz lembrar a grelha de um carro Fiat. Dente sim, dente não.
Mas era a mais sortuda do grupo. Graças à sua dentição, conseguiu um lugar de destaque num conhecidissímo hipermercado, ganhando rios de dinheiro.
Não, não tinha um lugar de Direcção ou Administração. Não era sequer gerente de loja ou chefe de qualquer secção.
A "Fiat", ganhava a vida a passar os dentes nos produtos e a desenhar números por baixo das marcas feitas por eles.
Era marcadora de códigos de barras personalizados.
Mas havia a mais fixe de todas. A "Bidente".
Não que prevê-se o futuro e tivesse sotaque nortenho, mas porque só tinha mesmo dois dentes.
E era um em cada canto da boca, móveis (devido a um problema genético) e que lhe permita deslocá-los para qualquer parte da boca.
Se queria imitar um coelho, punha-los para a frente juntos e faziam de incisivos. Mas o que ela gostava mesmo era do Carnaval. Conheço-a há 20 anos e sempre a vi mascarada de Conde Drácula.
Mas estas particularidades traziam-lhe vantagens a nível laboral, já que a "Bidente" era mulher da vida e com esta mobilidade de dentes, o sexo oral era maravilhoso (porque não arranhava) e dava para encaixar o membro e servir de medida entre clientes, de tal forma que se estivessem a fazer de sizos, era sinal que era demais para ela.
Relembro-me agora que o melhor piropo que ouviu foi:
"Menina, você tem uns dentes lindos. Tanto um como o outro!!!!"
Mas há mais, só que ficam para a próxima...

1 comentário:

K@ disse...

Olha lá... ó Branco!

E o meu post lembrou-te isso tudo?!?!?

Porra! Tenho que ter cuidado com o que escrevo!!!