A minha mãe pediu-me para escrever sobre as noites animadas lá de casa e eu sem saber muito bem como descrever aquelas longas sessões de Monopólio, lembrei-me de começar assim:
Eu sou um azarado do caneco!!!
Por exemplo, quando tenho gases...
Eu sei que todas as pessoas têem gases. Até mesmo aquelas gajas que ficam horrorizadas quando ouvem um peido e depois a sós fazem autênticas sinfonias duodénicas de fazer inveja ao Beethoven.
Mas eu não devia ser autorizado a ter gases, ou ser multado por tê-los.
E porquê???
Porque sempre que flatulo, vulgo solto a farpa, algo de inesperado e assombroso me acontece.
Eu vivo sozinho, (felizmente) e posso permitir-me certas extravagâncias menos permitidas aos pertencentes à classe dos casais.
E lá ando eu passeando alegremente pela casa, todo nu (com o Jardel radiante pelas lufadas de ar fresco) ou em cuecas e de vez em quando, arregaço da nalga e ..."embrulha que ofereço eu!!!!"
Até aqui nada de extraordinário, pensam vocês...mas ao fim de 3 ginjas, lá vem o "terror dos panos"...
O "Molho"!!!!!
E é aqui que o porco torce o rabo, literalmente!!
Acontece-me não raras vezes (ao contrário do meu idolo peidoral e que tem o dom de os deixar vir ao Mundo quando quer e sem desastres), ser visitado por esta abominação da cueca.
E quando isto me acontece, tudo o que me rodeia se torna longe demais...
A casa de banho é no fim de um corredor interminável, a sanita fica do outro lado do Mundo e até os guardanapos de cozinha se tornam inalcançáveis. Demasiado altos ou baixos no móvel em que se encontram e inatingiveis, para quem está a comprimir as nalgas com uma força hercúlea, não as podendo afastar para o minimo movimento, nem que a sua vida dependesse disso.
Mesmo que a nossa casa irrompa abruptamente em chamas, o que importa não é salvarmos a pele ou sequer os bens...
O pensamento que nos assola é:
"Primeiro vou limpar a peida, depois logo fujo daqui. Já viram a vergonha de chegar ao hospital de cueca com selo??? Antes queimaduras de 1º grau, borrado nunca!!!!"
E lá nos arrastamos a fazer caretas como se tivéssemos bebido 10 litros de gasosa sem poder arrotar, num andar à pinguim, pé após pé (note-se não é passo a passo!!!!) até uma casa de banho que nos parece cada vez mais longe, por entre estridentes bujardas como cornetas sopradas por um furacão.
E nesses dias de sorte, nem sequer nos lembramos que não há papel higiénico...
E como estamos completamente em pânico, já a sentir as pregas do olho cego a tocar o tecido, invertemos a marcha directos à dispensa que fica na outra extremidade da casa, rezando, (por entre pequenos puxões no fundilho da roupa interior, apenas com o intuito de não carimbar a peça),por encontrar em caminho um exemplar da Revista "Caras" ou aquela resma de folhas que comprámos para a impressora e que estas nos digam:
"Miguel, leva-nos...Será uma honra afagarmos esse teu real cagueiro!"
E agora perguntam-me vocês:
"E que tem isso a ver com as noites animadas lá de casa??"
Nada, mas também estou-me a borrar para isso...
2 comentários:
Mano, confesso que este texto é algo nostálgico!
A razão? A razão não a sei explicar ou não a posso explicar por palavras (aqui!)...
Tenho dito! Fui!
Branco (a.k.a. Jefferson Fitipaldi)
Quem vê molho,não (nunca) vê papel...
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